Xingu: marco na luta dos indígenas é tema de exposição no IMS
Com origem em um podcast sobre a luta dos indígenas para demarcar o território do Parque Indígena do Xingu, a exposição reúne 200 obras que comparam a história registrada por não indígenas e indígenas.
Foto: Coletivo Kuikuro de Cinema/Reprodução
O Parque Indígena do Xingu
O Xingu é um grande território indígena brasileiro, localizado no Mato Grosso. Com mais de 6 mil indígenas, de 16 etnias, tem importância simbólica e material para a luta pelos direitos dos povos indígenas. Mesmo com mais de 60 anos de existência, ainda é uma terra disputada e ameaçada.
Sua longa trajetória de disputas é o tema da exposição “Xingu: contatos”, que o Instituto Moreira Salles (IMS) apresenta em sua sede (na Paulista) a partir do dia 5 de novembro. Com sua exposição, você entenderá a importância e as formas de resistência do povo xinguano.
Foto: Acervo de Kamikia Kisêdje/Reprodução
Os curadores da exposição
A exposição tem curadoria do cineasta Takumã Kuikuro (As Hiper Mulheres, de 2011), do jornalista Guilherme Freitas e da assistente de curadoria Marina Frúgoli. O ponto de partida das pesquisas foi um podcast gravado por Takumã e Guilherme em 2021. “Xingu: terra marcada” é uma série de 5 episódios com entrevistas que narram a histórica batalha pela demarcação do Parque Indígena do Xingu.
Foto: Acervo Takumã Kuikuro/Reprodução
A exposição reúne uma coleção de 200 itens, pesquisados durante mais de dois anos. Ela inclui filmes, fotografias e documentos do século 19 até os dias de hoje. Obras e documentos antigos, produzidos por não indígenas, são colocados lado a lado com obras de indígenas. O diálogo e contraste entre elas garante reflexões e novas percepções.
Parte importante da coleção destaca como a produção audiovisual indígena tem crescido. São seis curta-metragens feitos especialmente para a exposição do Xingu. Entre os autores estão Divino Tserewahú, Kamatxi Ikpeng, Kamikia Kisêdjê, Kujãesage Kaiabi, Piratá Waurá e do Coletivo Kuikuro de Cinema.
Há também obras inéditas do artista Denilson Baniwa e um mural de grafismos do Alto Xingu criado por Wally Amaru na empena de um prédio na Rua da Consolação.
Foto: Acervo do Instituto Moreira Salles/Reprodução
A exposição conta com acervos de várias instituições, entre elas o próprio ISM, o Instituto Socioambiental (ISA), o Museu do Índio e a ONG Vídeo nas Aldeias.
Entre as obras em exposição estão:
- Curta-metragem de Piratá Waurá sobre a gruta Kamukuwaká, local sagrado que acabou ficando de fora do território demarcado;
- “Comunidades da Floresta” (Kamikia Kisêdjê), reunindo a mudança drástica de geografia entre as florestas e aldeias do Xingu e as queimadas, desmatamentos e plantações de soja da região;
- O curta “A Câmera e a Flecha” (Takumã Kuikuro), demonstrando a presença das peças audiovisuais das aldeias do Xingu em festivais internacionais;
- Retratos de lideranças históricas como Narru Kuikuro, Prepori Kaiabi e Aritana Yawalapiti. Além de lideranças femininas atuais como Mapulu Kamayurá, Watatakalu Yawalapiti (foto abaixo) e Sangain Kalapalo.
Foto: Acervo Sitah/Reprodução
A entrada para a exposição do Xingu é gratuita. Ela acontece do dia 5 de novembro até 9 de abril de 2023 na sede do Instituto Moreira Salles, que funciona de terça a domingo, das 10h às 20h. Confira, aqui embaixo, mais informações:
Site: www.ims.com.br
Instagram: @imoreirasalles
Endereço: Avenida Paulista, 2424 — Bairro Bela Vista, São Paulo – SP
Foto: Rede Xingu+/Reprodução
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